
V World Tour
Ei, Dilma, vai tomar no cu. A nossa bandeira jamais será vermelha. Lula na cadeia. Fora, Lula. Fora, Dilma. Fora, PT.
Frases de ordem contrárias ao governo Dilma e ao partido da presidente da República tornaram-se comuns em manifestações de caráter opositor ao Partido dos Trabalhadores em todos os lugares do Brasil. No entanto, por mais que a questão política bradasse aos ouvidos da população, ver e ouvir manifestações contrárias à presidente em um show do Maroon 5, no Allianz Parque, foi surpresa. Algumas poucas pessoas levaram ao local bandeiras do Brasil, bonecos infláveis do presidente Lula vestido como presidiário - o famoso 'Pixuleco', e a arena do Palmeiras não parecia ser palco de um show de banda americana, ainda mais com o reforço policial que o entorno do Allianz Parque recebeu - muito maior do que em outras apresentações, como as de Rod Stewart ou Katy Perry, em setembro de 2015.
No entanto, próximo às 21h30, os gritos e manifestações cessaram para que os telões começassem a preparar o público para Adam Levine e sua trupe. A banda, com uma apresentação correta, apoia-se quase que por inteiro no carisma de seu vocalista. Adam canta, pula, anda de um lado para o outro, tira a camisa, dança, sensualiza, toca guitarra e canta mais um pouco durante toda a apresentação, feita com uma calça com furos nas partes íntimas. Seria, possivelmente, o caso de se pensar se o show seria prejudicado devido à limitação vocal e às desafinações e rouquidão que foram sentidas na voz de Adam. Mas a força do canto do público e o carisma e atenção do cantor dão ao espetáculo a leveza que se espera de um evento feito para ser 'curtido' com amigos e familiares.
Animals, do último álbum da banda, abre o show da V World Tour no Brasil. Já nessa canção percebe-se a força do público, que cantaria todas as músicas - umas com maior, outras com menor intensidade. Os refrões foram os mais celebrados em canções como Stereo Hearts, Love Somebody, Maps e Sunday Morning. Adam também convidou o público a cantar acapella This Love, um dos primeiros sucessos da banda.
Antes de Daylight, o vocalista anunciou que no dia seguinte, sexta-feira, 18 de março, seria seu aniversário. Todos os integrantes da banda se uniram e, juntos, cantaram o inicio de Daylight, junto ao público, que, ao receber a notícia, esboçou um singelo Happy Birthday To You para o cantor.
Durante a pausa para o bis, novos gritos de ordem contra a presidente Dilma. Chega a ser paradoxal, talvez, o fato de que, minutos depois, o mesmo público estaria cantando Lost Stars, canção solo de Levine, que abriu o bis em desafinação claramente perceptível do intérprete. O público, mesmo assim, não abandonou a empolgação ao cantar em coro She Will Be Loved, em versão acústica, Moves Like Jagger e Sugar, sucesso mais recente da banda.
Local: Allianz Parque, São Paulo
Data: 17 de março, 21h30
Por Victor Rezende

setlist
Animals
One More Night
Stereo Hearts
Harder to Breathe
Lucky Strike
Wake Up Call
Love Somebody
Maps
This Love
Sunday Morning
Payphne
Daylight
Bis:
Lost Stars
She Will Be Loved
Moves Like Jagger
Sugar