
Luneta Vinil

Entre uma música e outra, durante a apresentação de um grupo sertanejo em um bar de Guarulhos (SP), em 2012, Elís Lucas é chamada ao palco para tocar um pouco de MPB. Para acompanha-la, Cristiane Araújo, do próprio grupo sertanejo. Pronto, ali surgia uma nova amizade e começava uma nova banda, a Luneta Vinil. O trio logo ficou completo com a chegada de Bruno de la Torre, amigo de longa data da cantora Elís Lucas. “Mostrei a ele minhas composições. O Bruno se interessou e perguntou se podia fazer o baixo dos meus sons. Pronto! Banda formada”, lembra. Não demorou muito para a Luneta Vinil marcar seu espaço na cena independente de Guarulhos.
Misturando um pouco de MPB, rock e folk a banda Luneta Vinil prefere não se limitar a um estilo. E não poderia ser diferente. Incorporar um pedaço da playlist de cada um, traz uma sonoridade nova e única para o grupo. Elís se considera mais “nacionalista”, de Pélico a Tom Zé, a cantora busca inspiração na música brasileira. “A Cris é bastante eclética, gosta desde Metallica e Dire Straits à Tulipa Ruiz e Maria Gadú. Já o Brunão curte mais The Police, R.E.M, Ritchie Valens, Deep Purple e Roberto Carlos”, conta Elís.
A cantora também é a responsável pelo violão e divide os vocais com a Cristiane, que faz a percussão ao som do Cajon. Já o Bruno é quem cria as linhas de baixo do grupo. O nome Luneta Vinil veio praticamente de um jogo de palavras: “quase foi ‘Chá com Pão’. Das sugestões que surgiram como Luneta Bambu, acabamos montando o quebra-cabeça e chegamos à Luneta Vinil, que basicamente refere-se a nossa visão (Luneta) da música (Vinil)”, explica Elís.
O trio guarulhense Lunete Vinil investe em músicas altorais de levada rock, folk e musica brasileira
Viver só de música ainda é um objetivo a ser alcançado pelo grupo, mas desde cedo a música esteve presente na vida de Elís: “acho que com uns 6 anos já gostava de cantar. Ficava na escada do quintal com meu irmão cantando ‘Temporal de Amor’ ou pulando na cama simulando um show para centenas de pessoas”, relembra rindo. Elís começou tocando flauta doce em um grupo budista aos 9 anos e anos depois começou a tocar violão. A música continuou muito presente em sua vida, mesmo quando iniciou outra carreira. “Hoje sou formada em Jornalismo e atuo na área há 8 anos. A Cris faz faculdade de Psicologia e o Bruno é um cara cabeção que estuda planejamento de voo de avião, acho que isso”, conta Elís.
Os primeiros passos da caminhada para uma banda independente raramente são fáceis. Enfrentar dificuldades torna-se quase sinônimo da música independente, por isso a motivação e os sonhos do grupo são tão importantes para manter o intenso ritmo dos passos na caminhada. “Acho até que é um tipo de seleção natural de quem quer realmente viver de música. O lado bom é que a gente acaba encontrando vários parceiros pelo caminho. E a música por si só, já nos vale a pena encarar qualquer dificuldade”, diz a cantora Elís Lucas.
Dispostos a superar as dificuldades, a banda Luneta Vinil está em processo de gravação do primeiro álbum Tocando Amores, dando sequência ao EP Tanta Coisa Para Falar, lançado em junho de 2014. “Logo de cara, a diferença desse novo trabalho é que o cajon foi substituído pela bateria, assumida por Augusto Rodrigues, o que deixará a Cris mais livre para a percussão e a voz”. O álbum ainda terá a participação especial de alguns artistas de Guarulhos, como os músicos Francys Silva, Juan Gonzalez, Edson Teles e o próprio Marcio Menechini, que é o produtor desse trabalho”.
O projeto inicial era incluir 17 faixas inéditas no CD, mas o trio concordou em lançar apenas 13. As letras são geralmente compostas por Elís, mas às vezes a função fica a cargo da Cristiane Araújo, “ela tem mais facilidade em criar melodias e eu as letras. Às vezes a música surge ali, num ensaio, como foi o caso do brega ‘Faço de Tudo Por Ela’, que estará no CD”, explica Elís. Os planos para 2016 é lançar e divulgar o álbum o mais rápido possível para atingir “pessoas que nunca ouviram falar de nós”.