Lançado em novembro de 2015, 25, novo álbum de Adele, chegou como um furacão, vendendo milhões de cópias logo na primeira semana e quebrando recordes e mais recordes com o retorno da popstar "alternativa", que recusa o título de diva.

Começar um álbum com "Hello" e apostar nessa música como primeiro single de seu mais novo trabalho é algo arriscado. Ao mesmo tempo em que foi uma jogada para fazer com que o público se lembrasse de Adele ("Olá, sou eu"), a canção tem um dos refrões mais imponentes e longos das últimas músicas lançadas no cenário pop e consegue alavancar a potência vocal de Adele, que mostra, logo na primeira canção, que, de fato, chegou e que a espera valeu. Afinal, o último disco da britânica, 21, foi lançado em 2011 e apaixonou o mundo a ponto de esperar pelo trabalho sucessor.

O álbum não se mostra perfeito, apesar de ter uma harmonia, que faz com que ele seja "redondo". Baladas românticas como "All I Ask", "When We Were Young" e "MIllion Years Ago" - talvez a melhor música do álbum - mostram que Adele acerta ao não ousar e que se repetir com canções românticas foi a melhor opção, ainda mais por ter agregado grande quantidade de público que ouviu o 21 e se emocionou com o romantismo exacerbado da britânica. No entanto, "Sweetest Devotion" e "Send My Love (To Your New Lover)" são músicas que, embora façam parte do arsenal romântico preparado, destoam das demais canções pela produção exagerada ou não característica da cantora.

O que ocorre, em certos momentos, é a percepção - talvez intencional - de que, em alguns momentos, o 25 não sobrevive por si só, mas sim porque é serpeado pela potente voz de Adele. Há pontos positivos e negativos nessa fusão: os dois são um só, o que deve ter sido o principal requisito da cantora durante a produção do álbum; no entanto, algumas músicas funcionam como uma catapulta para a voz de Adele, que se torna mais marcante que a composição ou que a melodia que a cerca.

A cantora mostrou que, após o 21, tem, ainda, bastante força para continuar com suas baladas no topo dos charts de todo o mundo. E não precisou inovar para isso. Basta fazer o que se sabe de melhor: renovar, sem inventar muito. É o que faz do 25 um álbum de excelente qualidade, embora inferior ao seu antecessor,